EXCLUSIVO: GREENYELLOW PLANEJA INVESTIR ATÉ R$ 400 MI NO BRASIL EM 2021

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Por Luciana Collet

 

São Paulo, 16/12/2020 – A empresa francesa especializada em eficiência energética e energia solar distribuída GreenYellow, controlada pelo grupo varejista Casino, planeja investir entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões no Brasil em 2021, entre projetos fotovoltaicos e projetos de eficiência energética, afirmou ao Broadcast Energia o presidente da companhia no País, Pierre Yves-Mourgue. O valor é significativo: desde que iniciou operações no Brasil, em setembro de 2014, a companhia investiu R$ 600 milhões.

Do volume previsto, cerca de dois terços – algo entre R$ 200 milhões a R$ 270 milhões – devem ser direcionados a projetos de geração distribuída (GD), que já estão contratados e têm previsão de entrega ao longo do ano que vem. O volume restante deve ser destinado a serviços de eficiência energética.

Segundo Yves-Mourgue, a despeito da pandemia da covid-19, o segmento de geração distribuída se manteve em crescimento em 2020, conforme o planejado pela companhia. “Soubemos ficar competitivos suficientemente para ganhar negócios e nosso pipeline não é tão ruim, a GD não parou”, disse.

O executivo comentou que a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de determinar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresente até fevereiro um plano de ação para a retirada da “diferenciação tarifária” entre os consumidores com e sem sistemas de GD serviu de estímulo a novos negócios. Segundo ele, a empresa vem realizando tratativas com clientes e potenciais clientes preocupados em não perder a janela de oportunidade existente hoje para o segmento.

A GreenYellow, que atua em geração distribuída desde 2016, já assinou mais de 100 MW de projetos de geração distribuída solar, seja por meio da instalação de telhados fotovoltaicos de 250 kW a 1 MW, seja via usinas maiores, remotas, para atendimento a varejistas e a unidades de negócio de clientes de telecomunicações. A lista de clientes inclui nomes como Grupo Pão de Açúcar, Magazine Luiza e Claro. Neste caso, além de se responsabilizar pela implementação, a empresa também faz a operação e a manutenção das instalações pelo período dos contratos, de 10 a 20 anos.

A estruturação do negócio é similar à oferecida na frente de eficiência energética. Neste caso, a GreenYellow banca, implementa e monitora uma solução relacionada a iluminação e automação, por exemplo, por um prazo de 5 a 8 anos. Com parte da economia nos custos com eletricidade, o cliente paga a empresa pela instalação e pela manutenção dos serviços ao longo do contrato, que também garante ganhos líquidos ao consumidor. A GreenYellow possui mais de mil contratos desse tipo, em 17 estados do País.

Nesta área, porém, Yves-Mourgue admite que a pandemia afetou a captação de novos negócios. “A eficiência energética é mais complicada, são contratos de mais curto prazo, são objetivos mais restritivos – retrofit de iluminação ou automação de ar-condicionado, ou gestão de frio alimentar -, e foi mais moroso tanto no varejo alimentar como não alimentar e na indústria e na logística”, afirmou. “Não fizemos tanto quanto poderíamos ter feito, e certamente a pandemia afetou.”

Na avaliação do executivo, com as restrições impostas para conter a disseminação da covid-19, as empresas passaram a se concentrar no dia a dia. No entanto, ele acredita que, diante da crise, há um apelo para soluções de eficiência energética, uma vez que o modelo da companhia poupa fluxo de caixa dos clientes. “Seria o momento de fazer, mas no pico as pessoas se concentram em fazer andar seu negócio, e têm que ter visão estratégica para ao mesmo tempo pensar no futuro”, disse. Ele considera que a chegada da vacina pode ser um gatilho para que as empresas pensem em novos planos.

Na área de eficiência, uma nova aposta da GreenYellow é oferecer o retrofit de chiller, equipamento de resfriamento para prédios, lojas e indústrias. “Achamos que esse tipo de serviço deve ter mercado no Brasil e já começamos a fazer os primeiros retrofits, que são uma experiência para ver se é um produto que vai ter apetite do mercado”, afirmou.

Segundo Yves-Mourgue, existem no mercado muitos chillers com 20 a 30 anos de operação, e a proposta é oferecer um pacote de investimento mais custo de manutenção, em que a empresa se responsabiliza pela troca do equipamento, garantindo a produção de água gelada, e pagamento é feito por meio da economia com energia e manutenção.

“O chiller de 30 anos atrás consome muito mais do que os novos e a economia de energia de 10 ou 12 anos de consumo futuro me permite fazer o investimento, a operação e entrega do produto, enquanto o benefício para o cliente é ter um preço fixo e previsível pelos próximos anos e não ter saída de caixa para troca do chiller”, comentou. A meta da companhia é conquistar entre 20 e 30 negócios desse tipo em 2021.

Comercialização

A GreenYellow também está se desenvolvendo no segmento de comercialização. A companhia já possui uma comercializadora, com vistas a avançar no mercado de energia com o esperado declínio do ciclo de crescimento da geração distribuída.

A visão é que a GD deverá se expandir mais devagar após um pico de atividade, porque o potencial principal mercado corporativo do segmento – redes varejistas e empresas de telecom – já adota fortemente a solução. Também considera-se que as mudanças regulatórias previstas eliminam parte das vantagens atuais, como a isenção de pagamento de tarifa-fio.

A ideia da empresa é desenvolver soluções de longo prazo para os clientes no mercado livre, com contratos de compra e venda de energia renovável. “Mas isso é mais complicado, é uma visão para futuro”, disse o presidente.

Ainda assim, a empresa já fechou um primeiro negócio, junto a 34 lojas do Assaí Atacadista localizadas no Nordeste, atendidas por um contrato de 15 anos. Inicialmente, elas são abastecidas por energia eólica proveniente de usinas da Atlantic, mas o contrato também deve viabilizar a construção de uma nova usina, do mesmo desenvolvedor.

“Nossa avaliação é que esse tipo de solução vai se tornar mais comum. Hoje, é mais comum para consumidores eletrointensivos de energia, mas com a curva do fotovoltaico e o fato de que o mercado livre está crescendo, vai ter capacidade de desenhar esse tipo de coisa para consumidor cada vez menor”, avaliou.

Yves-Mourgue não descarta a possibilidade de a companhia atuar também diretamente como geradora centralizada de energia solar fotovoltaica, tendo em vista o conhecimento acumulado com GD solar.

Contato: luciana.collet@estadao.comenergia@estadao.com

Usina GreenYellow – Padre Bernardo (GO)

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